Saúde

Avaliação neuropsicológica, quando é recomendado fazer?

Autismo, TDAH e outras condições podem ser acompanhadas pelos profissionais através deste tipo de diagnóstico

Foto: Divulgação - Por meio de um extenso processo de coleta de dados sobre o paciente, incluindo entrevistas, testes, observação clínica e demais métodos deve ser capaz de gerar um relatório preciso sobre o perfil neuropsicológico do paciente

Por Joana Bendjouya

A neuropsicologia é uma especialidade da psicologia que se desenvolveu inicialmente a partir da convergência da neurologia com a psicologia, tendo como objetivo comum o de estudar as modificações comportamentais resultantes de alguma lesão cerebral. Atualmente, está situada numa área de ligação entre as neurociências e as ciências do comportamento, tendo como enfoque central o estudo da relação entre sistema nervoso, comportamento e cognição. Ou seja, o estudo das capacidades mentais mais complexas, conforme explica a neuropsicóloga, Lenise Collares. “A neuropsicologia atua com a complexa organização cerebral e suas relações com o comportamento e a cognição, tanto em quadros de doença como no desenvolvimento de curso normal, e é definida como a ciência aplicada que estuda a expressão comportamental das disfunções cerebrais.”

Uma das áreas de atuação, é a avaliação neuropsicológica (AN), na qual, através do uso de instrumentos, o profissional que utiliza de testagens para avaliação das funções cognitivas irá pesquisar o desempenho de habilidades. “Analisando a atenção, percepção, linguagem, raciocínio, abstração, memória, aprendizagem, habilidades acadêmicas, processamento da informação, visuoconstrução, afeto, funções motoras e executiva, é possível chegar a um diagnóstico que tem por objetivo o de poder coletar os dados clínicos para auxiliar na compreensão da extensão das perdas e, assim explorar os pontos intactos que cada patologia provoca no sistema nervoso central de cada paciente”, explica Lenise.

Quando utilizar?
A neuropsicóloga explica que a AN é recomendada em casos aonde existe a suspeita de uma dificuldade cognitiva de origem neurológica ou comportamental. “Pode ser como o diagnóstico diferencial entre uma síndrome psicológica e uma síndrome neurológica, em transtornos do desenvolvimento infantil e da aprendizagem, como exame complementar para diagnóstico de demências como Alzheimer, e para um checkup cognitivo, que seria a avaliação periódica das funções mentais, as cognitivas, em pessoas que não apresentam defasagens perceptíveis, com o objetivo de prevenir um futuro déficit cognitivo ou pessoas que apresentam algum problema já diagnosticado por avaliação neuropsicológica prévia, com o objetivo de monitorar a evolução do quadro clínico”, explica Lenise.

A profissional salienta ainda que, como todos os órgãos do corpo humano, o cérebro também está sujeito a alterações, inclusive em decorrência do próprio envelhecimento. Nestas condições, também há um perda cognitiva que se manifesta de forma similar ao da funcionalidade em outros sistemas corporais. “Em geral, a partir dos 50 anos o declínio cognitivo já começa a se manifestar, sendo uma época importante para realização de uma avaliação cognitiva de reconhecimento, chamado checkup cognitivo, e assim o estabelecimento de uma referência para acompanhamento posterior”, afirma.

Nos mais jovens
No caso de crianças e adolescentes, a profissional salienta que é útil realizar a AN como exame complementar para diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e transtornos de aprendizagem e do comportamento e atrasos no desenvolvimento. “Além dessas situações em caso dos jovens, outras aplicações da AN se refere à mensuração de possíveis déficits em pessoas que sofreram traumatismo crânio encefálico (TCE), acidente vascular cerebral (AVC), assim como efeitos do uso crônico de substâncias químicas, e na elaboração de documento para fins legais como no caso de interdições e processos judiciais.”

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